sábado, 21 de setembro de 2013

IMAGENS DE UM CENTRO ANTIGO












A NOVELA DO IPTU EM UBERLÂNDIA

Os meses de Agosto e Setembro em Uberlândia foram peculiares. O foco foi a discussão em torno do IPTU - Imposto Predial e Territorial Urbano. A administração pública atual buscou realizar uma atualização na planta de valores do IPTU. Esta planta de valores é a base pela qual o imposto é cobrado.

Segundo declarações do executivo, desde 1984 não há uma atualização desta planta de valores. O que não é de se estranhar quando verificamos quais grupos políticos passaram pelo executivo desde então. 

Uma proposta inicial de atualização foi enviada do Executivo para o Legislativo para discussão e aprovação. A partir daí o drama estava colocado.

A ideia inicial seria uma reajuste do imposto até chegar a um valor próximo ao que o mercado cobra nas vendas dos imóveis. 

Sem um debate público mais aprofundado e a divulgação do projeto de lei para análise, ficamos dependentes do entendimento da imprensa local e do que eventualmente vinha à público através de declarações tanto do executivo quanto do legislativo.

Duas Alíquotas:


A saída mais prática para o problema foi tratar o Imposto com duas alíquotas: 
- uma para terreno com construção - que irá pagar 30% a mais do que vem pagando 
- e uma para terrenos vazios - que irá pagar 60% a mais de impostos do que vem pagando.

Problema resolvido e de modo aparentemente simples. Será?


A se pensar:

IPTU não deveria ser discutido somente com secretário de finanças, pois o mesmo é também um instrumento de política urbana.  
O IPTU normalmente é pago pelo dono do imóvel o qual é proprietário e/ou usuário, ou pelo locador do imóvel. Quando o imóvel construído esta vazio, o proprietário é que terá que arcar com o imposto até alguém se interessar pelo imóvel.Portanto, no cômputo geral, poderá surgir uma certa redução no preço de locação, com o objetivo de atrair o locador - já que é este que paga o IPTU e livra o proprietário de tal dívida.

Lotes Vagos x Lotes Ociosos ou Sub-utilizados:

O termo lotes vagos é ruim de ser tratado - apesar de simples. Conceito ideal deveria ser terrenos e áreas sub-utilizadas, onde tais terrenos vazios fariam parte.

Em função do conceito muito pouco claro de lotes vazios, o que poderá ocorrer é o incentivo de construções de qualquer metragem para dizer que o terreno não está vazio. 

Outro problema é de ordem prática:

Como farão a fiscalização? Através de fotografias aéreas ou através da fiscalização in loco? Ou irão esperar a pessoa protocolar o habite-se (sinal de que a construção está pronta para ocupação?) 

Alternativa:

Para evitar tal problema do incentivo de áreas sub-utilizadas com construções pequenas, poderiam alterar a lei de uso e ocupação do solo indicando uma taxa de ocupação mínima do terreno. 

Temos as taxas de ocupação máxima atualmente. Com a implementação das taxas mínimas poderiam controlar a sub-utilização dos terrenos vazios. Nada disso é novo já que os condomínios fechados aplicam tais taxas de ocupação mínima. Ou veremos em Uberlândia um cenário peculiar - terrenos com construções mínimas.

Curiosidades:

Nossa imparcial mídia foi a campo entrevistar um representante das imobiliárias da cidade.

O distinto profissional apontou que os reajustes do imposto deveriam ser melhor analisados pois os preços dos terrenos estão supervalorizados. E que daqui a três anos eles terão seus valores reduzidos (http://www.correiodeuberlandia.com.br/cidade-e-regiao/reajuste-de-iptu-para-area-construida-sera-de-30-em-uberlandia/).

Objeções:

1- nunca vi preço de terreno reduzir. Exceto naquelas raras situações em que o proprietário ou está endividado ou está em leito de morte e precisa de dinheiro rápido para realizar alguma cirurgia ou coisa parecida;

Regra do mercado 01: liquidez é garantido com preços baixos.
Regra do mercado 02: preço baixo sem clareza dos custos e sem planejamento leva a empresa a quebrar.

2- Na prática, o que se percebe é que o preço de terreno normalmente fica estagnado caso a economia esteja lenta. E aí a inflação come seu valor venal. Mas reduzir preço de mercado....

3- Com certeza na hora de cobrar o ITPU, todo mundo quer mostrar que o imóvel vale pouco. Quase nada. Mas na hora da venda no mercado, sabemos que há um supervalorização.

Bolha Imobiliária:

Matéria recente no G1 (http://g1.globo.com/economia/noticia/2013/09/existe-o-perigo-de-bolha-imobiliaria-no-brasil.html), tem apontado o risco de Bolha Imobiliária - que seria uma supervalorização dos preços dos imóveis sem verificar as condições de compra da maioria das pessoas. 

Isso de fato é muito perigoso e foi o que levou à crise econômica dos países desenvolvidos. Analistas do assunto sempre apontaram que as exigências dos financiamentos bancários sempre foi um fator que reduzia este risco de bolha. 

Ou seja: a nossa tão reclamada burocracia, serve para controlar os excessos que o mercado não controla. Enfim.... fica a sensação que o mercado não tem uma noção precisa da renda do trabalhador em suas diferentes classes sociais. Ou está arriscando demais com preços altos e financiamentos longos, pois recessão econômica, quem conhece o mínimo da lógica capitalista, sabe que é questão de tempo. E aí o desemprego e consequente inadimplência virão. Não que eu queira!

Importante! lembrem-se que os preços de mercado, pelo menos dos imóveis, sofrem muitas variações. Vai depender da renda do comprador, se é dinheiro em espécie ou se financiamento  Se é à vista ou parcelado.

 PARA SABE MAIS:






domingo, 15 de setembro de 2013

CIDADES COM M² MAIS CAROS: PORQUE?

fonte: Senado

O portal Yahoo chamado Infomoney divulgou neste domingo os valores em m² de terrenos em várias capitais do país. Cidades com valores mais caros e cidades com valores mais baratos.

Segundo o site a informação foi colhida no portal imobiliário Agente Imóvel. 

Segundo o Infomoney, este valor corresponde à média de mercado encontrada em cada cidade.

Nem a Infomoney, nem o Yahoo e nem o Agente Imobiliário tornam claros se o valor diz respeito tanto aos terrenos vagos ou diz respeito aos terrenos com construção. O que leva a crer que englobaram no mesmo saco Laranjas e Mexericas.

Apesar disso, o relevante na pesquisa é detectar que Brasília é a Capital com o preço mais elevado no m².

Quem vai a Brasília sabe que tudo na cidade é mais caro.

Desde Taxi, alimentação, hospedagem. E não poderia deixar de ser o m² do imóvel.

Não se sabe ainda a relação do desenho da cidade (já que tudo é muito distante e é imperioso o uso do veículo particular afim de circular na cidade) com os preços ali encontrados. 

Ou se estes valores dizem respeito ao fato de ser uma capital com grande número de servidores públicos, com salários normalmente maiores que a média de mercado.

Ou se trata de ambos.

Assim, com a estabilidade e com a remuneração maior, todos os preços podem gerar uma pressão para o alto. 

O mercado percebendo que o cidadão ou consumidor neste caso, consegue arcar com os preços praticados, os mesmos tendem a ganhar as alturas.

Ao mesmo tempo - e não exclusividade de Brasília - a quantidade de imóveis irregulares, o comércio de terrenos sem infra-estrutura e sem qualquer tipo de aprovação também é muito forte na cidade. 

Enfim... a tradicional forma de exclusão é também amplamente praticada na capital planejada, não diferindo tanto assim das demais cidades e capitais. 

Com um sério agravante: as distâncias que o candango tem que percorrer no trajeto casa-trabalho são maiores maiores. 

Apesar disso, a implementação de metrô e corredores de ônibus na cidade poderiam ser uma vantagem para o deslocamento dentro do Distrito Federal.

Para quem não conhece Brasília é conhecida pelo Plano Piloto elaborado pelo Arquiteto e Urbanista Lúcio Costa. Na realidade é uma região metropolitana composta de tal Plano Piloto e das respectivas Cidades Satélites, que surgiram em função dos assentamentos dos trabalhadores que construíram a capital.

A capital foi executada e inaugurada (coisa muitas vezes rara em obra pública deste porte e pelas condições existentes na época, com precárias estradas) no mandato do então presidente Juscelino Kubitschek.

Veja abaixo o preço médio do metro quadrado, em agosto, nas 12 cidades acompanhadas pelo Agente Imóvel:
CidadesPreço do m² (R$)Alteração mensal (%)
*Agente Imóvel
Brasília9.098-0,10%
Rio de Janeiro8.1580,26%
São Paulo6.921-0,04%
Recife4.888-2,49%
Vitória4.887-1,41%
Fortaleza 4.876 2,32% 
Belo Horizonte4.704 0,53% 
João Pessoa 4.675 -0,55% 
Curitiba 4.459 0,64% 
Porto Alegre 4.435 2,24% 
Salvador4.2770,78% 
Florianópolis4.0220,12%
fonte: http://br.financas.yahoo.com/noticias/cidades-metros-quadrados-caros-baratos-162900271.html

fonte: http://www.agenteimovel.com.br/mercado-imobiliario/

fonte: Wikipedia



sexta-feira, 31 de maio de 2013

CONFERÊNCIA DAS CIDADES EM UBERLÂNDIA

REFLEXÕES SOBRE A CONFERÊNCIA DAS CIDADES DE 2013 - ETAPA MUNICIPAL:
TOMO I - CIDADE COMPACTA X URBANIZAÇÃO GAFANHOTO.

Segundo o Plano de Habitação de interesse social de Uberlândia, (ver site: PLANO DE HABITAÇÃO DE UBERLÂNDIA da Secretaria de Habitação do Município, que disponibiliza o plano) em 2010, havia 72.500 lotes vagos na cidade (estimativa entre lotes vagos e gleba bruta caso fosse loteada). Assim, poderíamos locar 72.500 famílias nos respectivos lotes.
Se quatro pessoas por família poderíamos locar 290.000 pessoas na cidade.

Se colocássemos 2 famílias por lote, o que corresponde a 8 pessoas chegamos a ter 580.000 pessoas ocupando tais áreas vazias – o que levaria a um tipo de adensamento ainda passível de boa qualidade ambiental e urbana.

O padrão de urbanização em Uberlândia segue próximo ao padrão apontado pelo IBGE em outras cidades. Aproximadamente 83% de nossa população vive em área urbana (não sei dizer a proporção dos distritos).

Assim, temos uma população urbana de aproximadamente 622.500 pessoas (nossa população urbana e rural somam 750.00 pessoas).

Tínhamos em 2010 (data do plano de habitação de interesse social) a capacidade de assentar 580.000 pessoas (93% de nossa população urbana – o que é quase uma Uberlândia dentro da outra) e com folga acabaríamos com o Déficit Habitacional.

FONTE: PLHIS de Uberândia - ano de 2010.

Entretanto, a população de 01 a 03 salários mínimos tem preferido o padrão lote + casa (não só esses, mas outras classes também – ver o sucesso comercial dos condomínios horizontais fechados).

Assim, o poder público terá um desafio constante de buscar novas áreas para habitação de interesse social. Não serão áreas bem localizadas e nem tenderá a uma cidade compacta apontada pelo Estatuto da Cidade.

O resultado de tal modelo: o poder público tem que negociar áreas que a população tenha condição de pagar o lote + casa, mesmo com a ajuda de subsídios do governo.
Obviamente, tais áreas com preço acessível estão mais distantes. A pressão sobre a ampliação do perímetro urbano é resultante deste modelo de ocupação. Haverá também a exigência pela mobilidade urbana garantida principalmente pelo transporte público.

NOVAS ÁREAS FORA DO PERÍMETRO URBANO
PARA HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL
FONTE: PREFEITURA DE UBERLÂNDIA 2013


Em síntese, tarifas cada vez mais caras já que as distâncias a percorrer aumentam. A tendência com isso é gerarmos uma área específica de uma população de rendas entre 01 a 03 salários mínimos – maior déficit habitacional e foco do Plano de Habitação de Interesse Social.

O modelo de ocupação gera vítimas quase imperceptíveis – os pais preocupados somente em morar, esquecem que os filhos têm o direito de estudar, se qualificar, fazer um curso técnico ou ir para faculdade. A pressão por transporte público e aumento da tarifa é um limitador de tal desejo.

Surge também a necessidade por creches, escolas e outros equipamentos públicos – custo de construí-los e principalmente para mantê-los.

Teremos também um espaço urbano cada vez mais pobre (não pela renda, mas principalmente pela tendência à especialização) – já que ora as pessoas estarão “enclausuradas” nos condomínios fechados (sonho de morar da classe média), ora estarão gerando os conhecidos bairros dormitórios.

Pelo modelo apontado, não há a possibilidade de convivência de pessoas de diversas rendas, hábitos e classes sociais. Pode ser uma falência das cidades e dos espaços públicos?

As cidades se caracterizam por este nó de aglomeração diversificada e plural. Hoje, tendemos a uma cidade altamente zoneada e especializada – independente da vontade do poder público. Gera a impressão que o cidadão da polis é uma ameaça uns aos outros. 

E A ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA?

As áreas vazias ora são fruto deste modelo ora se aproveitam dele – desta paulatina especialização e periferização da cidade. Um proprietário de uma gleba bruta, parcela inicialmente parte desta gleba para determinada classe ou para tal política habitacional. Após esta ocupação, a área restante sofre grande valorização. O proprietário volta a parcelar e em função deste novo preço mais acentuado, somente outra classe social tem condição de ocupar e/ou comprar parte destes lotes. Esta é uma das formas de especulação imobiliária. Se há pessoas dispostas a morar longe e donos de terreno que vê vantagem neste processo, onde está o problema? Em todos nós.

A pressão pela valorização da terra, a tendência à inflação pelo aumento da tarifa de ônibus, áreas de cerrado devastadas para constante expansão horizontal da cidade. Cidade grande, mas nem por isso racional e eficiente.

Por bem ou por mal, este tem sido o modelo de cidade escolhido por nós uberlandenses e reafirmado nesta Conferência Municipal das Cidades. 




FONTE: : https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJvB2zUPREuYNRf2vprXj3WrL15o_DldcyonZxs6KjPC0PGaybsetajKms42JPezrsaBUl_6j8pUp7yi4aEElnpnJh74bWipLUNtujVDctV4RarF1e_1W4IHfWcGW3pDYdiEEY948oCIo/s1600-h/MVC-005S.JPG


PROJETO DE AFONSO REIDY
PEDREGULHO NO RIO DE JANEIRO


PROJETO DE RUY OTAKE
HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL
MINHA CASA MINHA VIDA
FONTE: http://www1.folha.uol.com.br/saopaulo/782646-obras-projetadas-por-ruy-ohtake-alteram-a-paisagem-de-heliopolis-veja-video.shtml

PROJETO DE RUY OTAKE
HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL
MINHA CASA MINHA VIDA
FONTE: http://www1.folha.uol.com.br/saopaulo/782646-obras-projetadas-por-ruy-ohtake-alteram-a-paisagem-de-heliopolis-veja-video.shtml 

quinta-feira, 30 de maio de 2013

NOVA RONDON PACHECO É POSSÍVEL?

Novamente a Rondon Pacheco virou um ribeirão. Ribeirão São Pedro. Ele está lá. Vive, pulsa e arrastar tudo que está no seu curso. 


Inundação de 2013 - em Pleno Outono.


Gosto quando dizem que a cidade não foi planejada. Mostra ainda uma fé tamanha na técnica e no planejamento. Por outro lado, isso reforça meu ceticismo. O ceticismo, garante o questionamento na nossa "religião" moderna. A técnica, o planejamento, a ciência. Claro que estes itens são importantes. Mas colocá-los na perspectiva histórica ajuda a entender que as escolhas técnicas são manifestações de uma visão de mundo. 

Também não defendo a relativização de tudo. Mas voltemos ao Ribeirão São Pedro.  Vejamos: a Rondon é resultado de uma longa prática sanitarista que via as águas dos rios como vetor de disseminação de doenças e sujeira. A solução técnica para este problema, foi o modelo de canalização de diversos rios e ribeirões que cortam os centros urbanos e até periferia. 



FOTO AÉREA DE 2005
fonte: Marques, 2013. Imagem Google Earth, 2012


FOTO AÉREA DE 2010
fonte: Marques, 2013. Imagem Google Earth, 2012


E é uma tentação ao olharmos a topografia do leito de um rio e não imaginarmos uma bela avenida. Topografia uniforme, direcionamento óbvio de fluxos e largura considerável. 

A Avenida Rondon Pacheco é fruto deste modelo. Oriunda de um plano e que virou projeto. 

É aqui que vemos que a ciência avança. E que a técnica não é estática. Ela muda com o tempo pelo simples fato de que é resultado da ciência - manifestação humana inquieta por natureza. Portanto, não existe motivo para ficar estagnada. 

Aos tecnocratas e tecnistas de plantão... culpemos a política. E claro, que a dinâmica política atualmente não ajuda (seu imediatismo eleitoreiro impede discussões mais aprofundadas do tema). 

Mas o tempo tem mostrado - e não é de hoje - que o modelo de canalização das vias é um engano. Ao que tudo indica, a técnica para alargar vias, canalizações, dimensionamentos e etc, tem a necessidade de ser revista.  

O que faremos então? 

A cidade de Uberlândia se dispõe a deixar o Ribeirão São Pedro seguir seu curso natural? Estamos dispostos a retirar o asfalto, as construções e devolver o ribeirão ao ar livre?

O discurso de que tal solução é cara não tem mais fundamento. Pelo simples fato de que o que temos gasto para corrigir e reformar já teríamos devolvido o ribeirão à natureza

Claro que isso não tem que ser feito da noite para o dia. Há de se pautar um plano de pelo menos uns dez anos para que se devolva o ribeirão a algo próximo do que era antes (exatamente como antes nunca é possível!). 

Tal transtorno ainda assim pode vir a ocorrer pois há sempre o risco de um curso d´água transbordar. O que podemos é gerenciar isso, reduzir as probabilidades das ocorrências.

Novamente: o que temos gasto corrigindo este problema já teríamos garantido o saudável retorno do Ribeirão e a radical redução deste impacto

Lembremos que quanto mais tempo levamos a assumir tal solução a Rondon vai se tornando uma nova centralidade. Copiaremos assim, o centro de Uberaba, cravado também em um fundo de vale. 

Síntese das soluções para o Ribeirão São Pedro: 

1- política de manutenção de área permeável ou poços de captação de água; 
2- legislação que incentiva o uso da água de chuva e o armazenamento de parte desta água;
3- redesenho do Ribeirão São Pedro no sentido de devolver tal curso d´água à cidade; 
3- redirecionamento da nova centralidade que vem se instaurando na Avenida;

Até a próxima inundação! 
Data de registro: 30/05/2013.

domingo, 14 de abril de 2013

RONDON PACHECO _ INUNDAÇÃO DE 2012

Avenida Rondon Pacheco - fevereiro 2012
Fotos: Luciane Silva

Avenida Rondon Pacheco - fevereiro 2012
Fotos: Luciane Silva

A avenida Rondon Pacheco é hoje uma das principais avenidas da cidade de Uberlândia. Uma de suas características e amplamente conhecida pelo Uberlandense é o problema de drenagem pluvial que anualmente ocorre no lugar. 

Provavelmente, um dos motivos para este problema está no fato de que a avenida está localizada no que era outrora  o ribeirão São Pedro e de sua bacia hidrográfica.

Resultado: constantes inundações.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL_UBERLÂNDIA

Aprovado na última reunião (Março de 2013) do Conselho do Plano Diretor  de Uberlândia a ampliação do Perímetro Urbano da Cidade.

O foco desta ampliação está na busca por novas áreas para locação de Habitação de Interesse Social.
Fica a dúvida: até quando esta ampliação ficará restrita a tal exclusividade. 

O objetivo da administração Petista ao que tudo indica é evitar a aquisição de terrenos caríssimos da mão de especuladores. Assim, tais áreas aquém do perímetro urbano, em tese, são mais acessíveis aos cofres do município.

Por contradição e ironia do destino o grupo atual realiza a mesma política Virgilista que tanto criticou: insere baixa renda na periferia (neste caso para aquém da periferia) em função dos baixos preços dos terrenos.

De fato, em função da dinâmica do mercado de construção civil atual o preço dos terrenos têm sofrido inflação muito alta. Em um cidade como Uberlândia não seria diferente.

As políticas para reduzir tal inflação nos terrenos são polêmicas e de resultado ainda não muito claro.

Apesar da justificativa plausível da escolha realizada pela administração atual - já que em um primeiro momento evitará um gasto público alto na aquisição de novos terrenos - este impacto não ficará sem conseqüências futuras. 

Mesmo gastando com áreas aquém do perímetro urbano para se construir mais casas, há de se perguntar: qual o modelo será adotado?

O modelo já confortável e propagado pelo BNH (atualmente assumido por boa parte das administrações públicas)? Casas em terrenos de 250,00 m²?

Cabe à administração pública racionalizar o uso de tais áreas. Portanto, o adensamento, desde que bem realizado, poderá ser a alternativa para sanar o déficit habitacional.

Jogando a habitação para além do perímetro urbano - perímetro que ainda possui muitos terrenos vazios - impactará a mobilidade urbana tendendo a gerar altos custos no transporte público.

Infelizmente, as conseqüências de tais escolhas não se darão a curto prazo. E os custos futuros podem sair bem mais caros que adquirir áreas dentro do perímetro urbano. Há na realidade de se colocar na ponta do lápis tais alternativas.

Administração anterior

Fato é que a administração anterior (a do Odelmo Leão Carneiro) não sai isenta deste problema.

Não aplicaram qualquer instrumento do Estatuto da Cidade de modo efetivo para liberar terra para moradia. Apesar de pelo menos terem feito a Plano de Habitação de Interesse Social.

Este mesmo plano não poupou em alocar habitação próxima ao perímetro urbano.

Um exemplo mais recente do resultado de tal plano é o Loteamento Shopping Park.



Locação do Minha Casa Minha Vida no Setor Sul da Cidade
fonte: Google Maps

Modelo BNH
O que aqui chamamos de modelo BNH são estas casas locadas em um terreno.
Em 3 textos recentes publicado no Correio de Uberlândia, o jornalista Ivan Santos retoma um pouco a história por trás de tal modelo.
Segundo o mesmo, este modelo na verdade surge na longínqua política de Getúlio Vargas. Sua estratégia ao tentar aplacar o avanço do Comunismo no mundo e no Brasil foi optar pelo que mais tarde ficou conhecido como Social Democracia.
Em síntese, ceder um pouco para a classe trabalhadora e paulatinamente urbanizada. Assim, não haveria a pressão por mudanças de sistema.

O modelo de moradia serviu perfeitamente para resolver dois problemas práticos:

- desmobilizar a classe trabalhadora ao entregar para cada um o sonho burguês da pequena propriedade (casa + lote isolado);
- sanar uma necessidade criada - o tal sonho da casa própria.

Infelizmente, mesmo hoje, longe de qualquer ameaça comunista o modelo é reproduzido à exaustão. Qualquer um que fizer um percurso nas cidades do entorno de Uberlândia verá tais modelos. Normalmente, eles ficam o mais distante possível dos centros urbanos. A justificativa é a mesma: terrenos por unidade mais baratos. 

Tal modelo, no decorrer do tempo se mostrou irracional. Porquê?

- como demanda a entrega de casa  + lote para cada usuário, o preço para comprar tais glebas não são baixos. Quanto maior for a dinâmica imobiliária, os preços tenderão a aumentar; 

Entretanto:

- a distância gera a necessidade de deslocamentos cada vez maiores dentro da cidade. Isso pressiona o valor do transporte público. Apesar de ser uma Concessão Pública, tais empresas também atuam na expectativa de lucro.

Segundo o Arquiteto e Urbanista Flávio Villaça, o que se disputa dentro do território urbano é localização. Localização em relação ao centro. Esta lógica de ordem geométrica é cotidianamente apreendida pela maioria dos trabalhadores pois têm a clara noção de que o trabalho e qualificação dependerão de seu deslocamento dentro do tecido urbano. Além da necessidade de diversos serviços.  

Enfim, as cidades brasileiras sofrem diariamente de um grande paradoxo:

- Têm que sanar um déficit habitacional histórico em um momento que a dinâmica imobiliária está a todo vapor;
- Como os recursos em caixa são limitados acabam locando quem mais precisa estar perto de tudo, o mais distante possível; 
- A mobilidade passa a ser um ponto chave: a locação da habitação irá pressionar as tarifas de transporte público. Tal aumento é incentivo à aquisição do veículo particular que ocupam as ruas de nossas cidades e geram grandes engarrafamentos.

Como superar tal modelo?

Este desafio somente será sanado, se houver a integração de dois conceitos chave: habitação + mobilidade. 

Habitação é mobilidade. 

Em função da locação da moradia é que será possível a garantia de circulação dentro da cidade, com agilidade e economia.

Entretanto, isso não se dá com um passe de mágica. Tal conceito somente será viável com o compromisso de algumas administrações públicas.

E claro, com a aplicação de diversos instrumentos:
1- os que estão incorporados no Estatuto da Cidade para pressionar a função social da propriedade;
2- Integração de sistema de transporte público e zoneamento urbano;
3- investimento em transporte público de massa;
4- opção por modelos de cidades compactas mas de controlada verticalização;


Para Saber mais:





sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

TEATRO MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA

Querem conhece o Teatro Municipal de Uberlândia? 

TOUR VIRTUAL: TEATRO MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA

Projeto de Oscar Niemeyer

Para saber mais: UIPI

FONTE: SITE PREFEITURA DE UBERLÂNDIA


Do you wanna know the Uberlândia Municipal Theatre:
Virtual tour

Oscar Niemeyer´s Project.