quarta-feira, 11 de novembro de 2020

NOVA PROPOSTA DE REQUALIFICAÇÃO PARA O CENTRO DE UBERLÂNDIA_2020

FONTE:https://projetorenovar.cdludi.org.br/

Segue algumas considerações sobre o novo projeto de requalificação do centro da cidade de Uberlândia.


  PROBLEMAS:




 1- O projeto segundo maquete apesentada se caracteriza por dois bolsões de estacionamentos e um binário de ligação entre estes bolsões. Os bolsões: 01 no fundinho e outro acima do terminal central. O binário: avenidas Afonso Pena (cujo fluxo de veículos sobe a avenida) e Floriano Peixoto (cujo fluxo de veículos desce a avenida). Portanto, a intervenção é pontual. O centro da cidade é caracterizado também pelas avenidas Cesário Alvim e João Pinheiro, além das vias perpendiculares a estas. No projeto estas vias são ignoradas não ficando claro qual o impacto que estas irão sofrer pela proposta do projeto 


  2- A área do fundinho passaria por um verdadeiro arrasa-quarteirão. Uma total desconsideração pelo tecido urbano e pelas edificações passível de reforma e até tombamento. O núcleo urbano que funda a cidade é desconsiderado pela diversidade de edificações e traçado de ruas e calçadas. Ou seja, a proposta torna explícito de que uma área urbanisticamente rica é desconsiderada em troca de um suposto modelo novo de ocupação...e que de novo não tem muita coisa. 



   3- Os estacionamentos da Afonso Pena e Floriano Peixoto são substituídos sem uma contrapartida de qualidade para os comerciantes voltados para estas vias. É um projeto que concretiza o imaginário do cidadão que quer trafegar de modo ágil e dentro de seu veículo particular no centro da cidade. Porém, o impacto para o comércio voltado para estas vias sempre foi utilizado para evitar a implantação de outros projetos de requalificação do centro que eram, na sua essência, melhores para estes comerciantes do que este apresentado;





MITOS PARA SEREM REVISTOS:


  1- Ciclovias entre calçada e meio fio, no mesmo nível da calçada. Já é claro o conflito que existe entre pedestre e ciclistas nas calçadas da Avenida Rondon Pacheco. E tais calçadas nem são densamente ocupadas pelos pedestres e ciclistas. Em vias centrais, onde a mobilidade de pessoas é muito maior, ter uma ciclovia ao lado será de fato utilizada somente pelo ciclista? Paira dúvidas se a solução do projeto é uma boa solução, haja vista o exemplo da Rondon Pacheco;




 2- Projeto reflete o ideário do Uberlandense classe média e média alta e claro, como elite econômica e cultura, leva tais ideias e valores às demais classes sociais. Na prática, ainda é uma valorização grande do veículo particular em detrimento de outros modais – não que os outros modais de deslocamentos não sejam pensados. Mas fica claro o quão poderosa é a imagem de transformar a Afonso Pena e Floriano Peixoto em duas grandes vias expressas. As calçadas hoje existentes não permitem as ampliações conforme aponta maquete. Somente a análise do projeto poderá esclarecer melhor como estas ampliações se darão.


ALGUMAS QUALIDADES:


   1-Pautar o debate, haja vista que a última vez em que se cogitou realizar alguma intervenção no centro de Uberlândia, já se vão quase 10 anos (a última vez foi na campanha do Ex-Prefeito de Uberlândia Gilmar Machado);


   2- O bolsão ao norte, próximo ao Terminal Central, é a parte mais relevante do projeto. Entrega de fato uma renovação em um espaço sem muito atrativo, árido e com baixo referencial arquitetônico. Há de se preservar os antigos galpões da antiga Mogiana – seriam as lojas de móveis que existem em frente à Sérgio Pacheco.



  3- Preservar a própria Sérgio Pacheco, pela relevância que tem na cidade. Entretanto, o terreno do antigo Dmae é uma das poucas áreas livres daquela região e hoje se encontra subutilizado. Edificações comerciais e alguns pátios de estacionamentos, apesar da importância comercial e de prestação de serviços, se forem adequados ao novo local pode-se gerar uma solução positiva para o lugar. Além do mais, como alguns terrenos estão ociosos, estes permitiriam um bolsão de estacionamento subterrâneo com baixo impacto na vizinhança. Claro, aqui demandaria melhores estudos técnicos.



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